- Obra: Ponte Pedonal Suspensa 516 Arouca, Portugal
- Situación: Alvarenga, concelho de Arouca, distrito de Aveiro, Portugal
- Fecha de terminación: 2020
- Datos autor/es:
Itecons – Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade
Equipa técnica: Supervisão técnica científica: António Tadeu Conceção e dimensionamento: Filipe Bandeira Simulação numérica estática e dinâmica: António Tadeu, Miguel Serra, Bahareh Ramezani e Óscar Lopez Trabalho experimental em laboratório e in-situ: Filipe Pedro, Sara Dias, Michael Brett
- Promotor: MUNICÍPIO DE AROUCA
- Empresa constructora: CONDURIL - ENGENHARIA, S.A.
- Ganador del Primer Premio ATEG de Arquitectura y Construcción Otilio García 2021
A 516 Arouca – Ponte Suspensa interliga as duas margens do rio Paiva, junto às de freguesia de Alvarenga e à União de Freguesias de Canelas e Espiunca, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, na região norte de Portugal.
Situada junto aos Passadiços do Paiva, a “516 Arouca” foi construída com o intuito de consolidar o projeto de turismo ativo no vale do Paiva, facilitando o acesso à zona nascente do Arouca Geoparque Mundial da UNESCO.
As coordenadas topográficas aproximadas do centro da ponte são M = -3352.2 e P = 143928.7. A localização permite uma ampla visão sobre o rio, que corre 175 m abaixo, e sobre a cascata da Aguieira.
Os pilares, de 36 m de altura, destinam-se a elevar os cabos de suspensão, reduzindo os seus esforços e forças de amarração nos maciços de ancoragem. A sua forma em A invertido destina-se a inclinar o plano dos cabos principais (catenárias) e secundários de forma que apresentem componentes verticais e horizontais que possam, simultaneamente, responder às ações nas respetivas direções.
As fundações na margem direita (lado de Alvarenga) são diretas, com o maciço de fundação assente diretamente em rocha.
Na margem esquerda (lado do Areinho) encontraram-se arenitos superficiais, com resistência suficiente mas desagregáveis e sujeitos a erosão ao longo dos anos. Por esse motivo o maciço de fundação foi assente sobre um conjunto de 42 micro-estacas, encastradas em rocha compacta, a cerca de 9 metros de profundidade.
Os pilares são em betão armado e foram construídos com um sistema de cofragens trepantes. O vão de 516.50 m entre eixos de pilares permite ultrapassar os 494 m da anterior maior ponte pedonal suspensa do mundo, localizada na Suíça (Ponte Charles Kuonen).
Os cabos principais são constituídos por sete cabos HD 8 K PPI de 40mm de diâmetro e os pendurais por cabos de 12 mm de diâmetro, ambos galvanizados. Os tabuleiros foram fabricados com aço S275, com tratamento por galvanização a quente, por imersão em tanque com zinco fundente. A montagem dos cabos e tramos de tabuleiro foram realizadas com o apoio de um guincho “bondin” instalado entre as duas vigas-travessas dos pórticos.
A montagem foi realizada a partir de uma margem, com os componentes transportados a partir da outra margem.
A conceção do tabuleiro teve 3 objetivos principais:
- Permeabilidade ao vento;
- Transparência lateral e inferior;
- Dificultar escaladas das guardas e permanência sobre o corrimão.
Os cabos principais têm as extremidades fixas em maciços de amarração, por sua vez ancorados ao maciço rochoso da colina. Na fotografia seguinte podem ver-se os cabos, os dispositivos de amarração e as cabeças das ancoragens (uma delas com uma célula de carga).
Os 127 tramos de tabuleiro são rotulados entre si e suspensos, a partir das rótulas, por dois tipos de pendurais: Os pendurais principais, que fixam nas rótulas e que suportam as ações verticais e horizontais e os pendurais secundários que amarram a parte superior dos pórticos transversais e minimizam os efeitos de torção que são originados por exemplo pelo caminhar das pessoas ao longo da ponte e no caso destes se aproximassem de uma guarda para observar qualquer ocorrência no rio.
No dia 2020/11/11 foram realizados, pelo Itecons e pelo LNEC, na ponte concluída, ensaios dinâmicos destinados a verificar se o comportamento da ponte correspondia ao considerado nos cálculos teóricos. Os resultados foram positivos e considerou-se que a ponte reunia todas as condições de segurança pra poder receber utentes.
Devido à pandemia, e para evitar grandes aglomerações de pessoas, a ponte só foi inaugurada e aberta ao público em maio de 2021.
Os ensaios foram realizados com a colaboração de um conjunto de voluntários.
A ponte foi dimensionada para receber, simultaneamente, 1815 pessoas. Contudo, por enquanto, a visita à 516 Arouca encontra-se limitada a um número aproximado de 70 visitantes em simultâneo, sendo sempre acompanhada por um guia e tem uma duração aproximada de 1 hora e 30 minutos, requerendo marcação prévia online.
Esta obra foi cofinanciada pelo Programa Operacional Regional do Norte – NORTE 2020 (PROVERE), Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).